COMO ANTIGAMENTE
Um poema de j. verismar
Caminho pelas ruas da minha cidade
Sei que há riscos, não os ignoro, mas sigo em frente
Tenho quintal, árvores na calçada
Durmo com as janelas abertas e a porta da frente
Do jeito que se dormia, antigamente
Entro nos botecos, puxo conversa
Aceito um gole e um torresmo quente
Vício leve, como os de antigamente
Tenho namorada que adora flores
A quem me declaro, frequentemente
Romântico, como se era antigamente
Gosto de cartas e cartões postais
Vou aos Correios e pacientemente
Colo os selos, um a um — como antigamente
Tenho amigos de outras crenças
De outros partidos, respeitosamente
Sem ofensas ou agressões, como antigamente
Leio livros de papel, escuto rádio
Vou à banca de jornais, diariamente
Em busca de notícias, como antigamente
Domingo de manhã eu vou à igreja
E rogo a Deus por minha gente
Com a fé que se tinha, antigamente
Tenho pouco; sempre falta algo
Mas dá para sobreviver honestamente
Sem ganância ou vaidades, como antigamente
Sim, estou na rede, que é branca, de algodão
Onde crio meus versos, modestamente
Como Juvenal Galeno, antigamente
Sou um excêntrico para os de hoje
Mas eu os respeito, mesmo divergente
Convivo bem com os opostos, desde antigamente
Os bons e velhos costumes foram trocados
Por um novo jeito de se viver, tão diferente
Desculpem, mas dá saudades... de antigamente!
🕰️Post Scriptum:
O mundo da poesia e o real já andaram muito próximos. Caminhar tranquilo pelas ruas, era possível em ambos. Hoje, no mundo real, ao virar a esquina, um assaltante ou uma “bala perdida” pode interromper a nossa caminhada.
COMO ANTIGAMENTE — Registro e proteção da obra
Obra arquivada em PDF e assinada com certificado ICP-Brasil (A1) do autor.
Hash SHA-256 (PDF assinado):
20ab3cb2e68817176cb31dc456334b975a5125128118a2fbfaac561b6d29d144
Assinatura Certa — ID do processo: NLDL5I ·
www.assinaturacerta.com.br

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são bem-vindos. Mantemos moderação para evitar spam. Obrigado por ler e ouvir!