Um poema de j. verismar
Era assim o meu dia a dia:
Mal abria a minha porta
E a sua voz me embevecia
Bom dia, vizinho!
Vizinha, bom dia!
E seguíamos
Cada um o seu caminho
Do mesmo jeito que ela
Eu ia sempre sozinho
Durante o dia, contava as horas
Fazendo tudo que tinha
Para não me atrasar
E chegar junto com a vizinha
Era assim todas as noites:
Chegávamos sempre juntinhos
Vizinha, boa noite!
Boa noite, vizinho!
Ela entrava em sua casa
E eu na minha
Do mesmo jeito que eu
Estava sempre sozinha
À noite, eu fazia planos
Adormecia, e adivinha?
Quem invadia os meus sonhos?
Sim! Ela mesma, a vizinha
Um dia, como tantos outros
Acordei de manhãzinha
E sua porta não se abriu
Meu Deus... cadê a vizinha?
Havia, segundo contam
Enquanto o bairro dormia
Fugido com o outro vizinho
A quem ninguém conhecia
Hoje é assim o meu dia a dia:
Mal abro a porta, de manhã
Parece que ouço a saudade
Em um tom que me angustia
Bom dia, vizinho!
Saudade... mais um dia!
E, curvado pela tristeza
Vou pelo mesmo caminho
Morrendo de saudades dela
E de inveja do vizinho
🏠Post Scriptum:
Há sonhos que nos impactam tão fortemente que nos perdemos nas fronteiras entre o real e o imaginário. Como consequência, sentimos saudades de um tempo que nunca existiu; de sonhos que nunca foram além.
A VIZINHA — Registro e proteção da obra
Obra arquivada em PDF e assinada com certificado ICP-Brasil (A1) do autor.
Hash SHA-256 (PDF assinado):
abaa79264cfef7bafef076c0d8c7809a77bbccaf63cc24e6e34f5c4e4b84f33e
Assinatura Certa — ID do processo: 8ZMRI7 ·
www.assinaturacerta.com.br

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